Memórias e Estima
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
Estresse crônico e seu cérebro
Você sabia que seu cérebro reage de forma diferente quando recebe uma carga de estresse de forma a se tornar um problema crônico?
E isso resulta em uma reação problemática a quem convive com o estresse diário?
É um problema detectado por novas pesquisas que descobriram que a constante presença de estresse e suas consequências dentro dos conectores neurais fazem você ficar avesso a situações estressantes.
Ou seja, entrando neste ciclo vicioso de forma a se tornar um problema crônico, seu cérebro passa a reagir de forma adversa ao que estava acostumado: quanto mais ansiedade, mais complicado será de você reagir ou lidar com estresse no futuro.
O estudo do Instituto Karolinska, que traz esta descoberta, recrutou 40 pessoas que levavam a vida de forma estressante no trabalho, de forma prolongada por vários anos.
De maneira oposta, também recrutaram 70 outras pessoas que não tinham este ritmo, sem nenhum histórico de estresse excessivo, ou crônico para acompanhar e comparar aos acima citados.
Os recrutados participaram de testes iguais, com tarefas de cunho emocional, analisando situações negativas e expostas a momentos de tensão. Todas as respostas emocionais foram registradas.
O teste foi feito com imagens e capturados os estímulos por sensores iguais nos dois grupos de participantes.
Como resultado, os participantes que possuíam quadros de estresse, tiveram reações mais vagarosas e difíceis de reprimir e lidar com suas emoções estressantes.
Também foram examinados os cérebros dos grupos de participantes. Constataram que na parte do cérebro que se chama amígdala (que é associada ao medo e a agressão) era de tamanho maior no grupo que tinha costume de lidar com situações de estresse.
Outro fator que chamou a atenção dos pesquisadores, é que a amígdala também reagiu fortemente com outras áreas do cérebro ligadas a “sofrimento”.
Assim, a pesquisa trouxe conclusões de alerta para as pessoas que possuem essa relação diária e crônica com o estresse, com informações importantes de prevenção.
domingo, 1 de outubro de 2017
Comportamento e autoestima
Antes de começar a entender o problema de baixa autoestima também é importante perceber como mantemos as “crenças negativas” sobre nós mesmas.
Como mantemos e conservamos estas experiências por tanto tempo?
Já sabemos que nossas crenças são criadas e mantidas desde as experiências adquiridas em nossa infância ou adolescência. Passamos por situações de criação e de vivências educacionais e introduzimos em nossa mente conclusões que tomamos como nossas verdades, nossos valores, com frases e afirmações como: “sou inferior”, “sou incapaz”, “sou feia e gorda”, “não sou querido” ou qualquer outro julgamento negativo que temos guardados.
Isso aconteceu há muito tempo. Porém fazemos “coisas” em nosso cotidiano que mantém guardadas estas crenças negativas sobre nós, de forma conservada e enraizada.
Em nosso cotidiano, temos comportamentos a partir de nossas mentes e criamos regras e pressupostos “inúteis”, que respondem ao nosso dia a dia com ações que preservam então essas crenças interiorizadas.
Assim, a partir de nossas regras, que são inúteis, mantemos nossa baixa autoestima, como vimos anteriormente. Diante deste quadro, podemos pensar o porquê isso acontece, visto que somos racionais o bastante para perceber e mudar o que está baixando nossa estima, nossos valores sobre nós mesmas.
Acontece que não “paramos” para analisar, e diante de tantos afazeres, tantas informações do cotidiano, nosso cérebro usa o que sabemos e o que faz sentido e levamos nossa vida nos protegendo a partir destas regras.
Assim, o que diz como vamos agir sobre os acontecimentos e sobre nossa maneira de pensar as situações, são as crenças que defendemos! E mais, prestamos atenção nas situações que “já esperamos” e traduzimos segundo nossas expectativas. Lembra do exemplo de pedir aumento do artigo anterior?
Pois é, temos a tendência de lembrar apenas das coisas que aconteceram em nossas vidas e que são coerentes com o que acreditamos ser verdadeiro. E isso não acontece somente com quem tem baixa autoestima.
Vejamos um exemplo disso
Imaginemos que você se mudou para uma casa, cujos vizinhos estavam dando uma festa barulhenta na primeira noite. O que não te deixou dormir e “gravou” em sua mente, a crença de que seus vizinhos são barulhentos. Isso não tem nenhuma relação com autoestima. Continuemos.Você formulou uma crença de que eles são barulhentos. Gravou em sua mente a partir da primeira noite, da primeira experiência que teve relacionado a eles. E essa crença perdura por algum tempo, pois:
- Você só lembra deles quando estão fazendo barulho e não quando quietos.
- Qualquer ruído que venha de fora, você acha que vem deles.
Assim, sempre que pensa neles, você recorda da ocasião em que “gravou” tal experiência de que são barulhentos. Assim você registrou fortemente a crença de que seus vizinhos são barulhentos.
Agora, vamos ver um exemplo relacionado a baixa autoestima. Você tem uma crença negativa relacionada a você que diz “eu nunca acerto”. Como você imagina, esta crença foi formada quando ainda criança. Provavelmente por alguma ocasião em que seus pais disseram algo relacionado, ou que não incentivaram que você tentasse novamente determinada situação em que cometeu um erro.
E como essa crença negativa, se relaciona ou reflete em seu dia a dia agora?
Sustentando como verdadeira a crença “eu nunca acerto”, você provavelmente perceberá em sua vida momentos em que faz algo errado ou que não vá tão bem. É provável com isso que você ignore momentos de acerto, ou simplesmente dê a estes desculpas como “foi por acaso que acertei”. Assim você se cerca de momentos de erro, apenas presta atenção a problemas negativos que afirmam para você as crenças interiorizadas de que você é uma pessoa que só erra!Além disso, como se não bastasse, deve ter uma visão extremista do erro e do acerto, não existindo “ficou bom” ou qualquer tipo de meio acerto, como dizer para si mesma, fiz bem tal coisa, foi satisfatório o resultado de tal ação. É como tirar nota “B” e percebê-la como uma nota ruim, pois não foi um “A”!
E isso é levado por todas as suas experiências de vida. Tudo será interpretado como um erro, um fracasso. E nunca terá um meio termo. Você será uma pessoa muito dura consigo se carrega esta regra negativa sobre si.
Assim você estará sempre buscando situações e interpretando ocasiões para garantir as evidências negativas de suas crenças, pois é isto que você consegue perceber ao seu redor. Você nunca vai reavaliar as coisas sob um prisma diferente, nunca vai desafiar suas crenças sobre você.
Regras inúteis geram comportamentos inúteis
Como dito antes, mesmo que criadas para proteger você de suas crenças negativas, as regras e pressupostos mantém o centro vivo, ou seja, mantém as crenças protegidas e dormentes.Relembrando: criamos regras como “farei tudo perfeito, sem cometer deslizes, para ser aceita e elogiada” ou “não posso demonstrar sentimentos senão as pessoas verão que sou fraca” que formatarão minha forma de agir no mundo.
Com elas, você tentará de toda forma manter-se perfeitamente dentro destas regras e pressupostos, como não aceitar desafios que arrisquem o fazer perfeito ou ficando distante das pessoas para que elas não percebam seus sentimentos.
Uma pausa para uma indicação: se você gosta deste assunto, considere após terminar este artigo, leia o depoimento do blog http://garotascrescidas.com/
E você conseguirá assim manter sua autoestima em nível aceitável. Porém, essas regras enquadram seus comportamentos e você nunca entrará em contato com seu núcleo protegido por essas regras.
Assim, como você terá contato com seu interior de maneira que possa perceber que as vozes mentais, - suas crenças negativas criadas na infância - são realmente verdadeiras e imutáveis?
Você nunca saberá se realmente as pessoas a rejeitarão se você chorar por uma emoção, por exemplo, pois você nunca as mostra, nunca dá sua opinião, nunca erra.
São regras inúteis, que não deixam você sair de uma zona de conforto, experimentar novas possibilidades, não nos deixam saber se o que criamos e tanto temos medo, realmente são crenças verdadeiras. Não, as regras não a ajudam. Na verdade nos impedem de quebrar essas barreiras por nós criadas.
Assim, não quebramos ou alteramos nossas crenças negativas. Vivemos presas. Mantendo-nos acreditando que somos aquilo que experimentamos na infância.